Novas ambulâncias do Samu estão paradas no interior de São Paulo

03/11/2011 14:56

 

Edição do dia 02/09/2011
02/09/2011 07h42 - Atualizado em 02/09/2011 09h16
Novas ambulâncias do Samu estão paradas no interior de São Paulo
Os veículos estão estacionados há um ano no pátio de prefeituras. O resultado: pacientes morrendo na rua sem socorro.
 
Em São Paulo, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tem ambulâncias que não socorrem ninguém. São dezenas de ambulância novinhas e paradas, porque não tem gente para colocar nas ambulâncias nas ruas. O resultado: pacientes morrendo na rua sem socorro.
Em Itapeva, a 270 quilômetros de São Paulo, as ambulâncias estão cheias de poeira. São sete no total. Cada uma custou mais de R$ 100 mil. Foram doadas pelo Ministério da Saúde no ano passado. O equipamento é moderno, mas a população não tem acesso.
O marido da cozinheira Keila Botelho passou mal. "Eu liguei para o resgate e eles falaram que não podia atender no momento e me mandaram ligar para a ambulância", contou Keila.
Este é um problema em várias cidades do interior de São Paulo. Só na região de Sorocaba, são 13 ambulâncias novinhas, equipadas e que nunca socorreram ninguém. Estão paradas vai fazer um ano e pelos próximos meses vão continuar estacionadas. Só vão sair das garagens se houver um entendimento entre os secretários municipais de Saúde, que pretendem formar o Samu regional.
 
Cidades menores não têm condições de manter o serviço móvel de urgência sozinhas. Alegam que sai caro pagar enfermeiros e médicos. Por isso, precisam se unir para dividir os custos. As ambulâncias chegaram em outubro, há quase um ano. É muito tempo de espera?
"Acho que é o tempo necessário para que todas as cidades estejam completamente habilitadas e legalizadas para funcionar o Samu regional", afirmou o secretário de Saúde de Sorocaba, Ademir Watanabe.
O problema é quem está doente não pode esperar. O atestado de óbito mostra que o marido da dona de casa Setembrina Dias morreu sem assistência médica. A ambulância estava em outra ocorrência e demorou a chegar. "Disseram que o resgate não poderia ser naquela hora. Pelo menos, ele não morreu que nem um cachorro, na calçada do posto", disse a dona de casa.
Na região de Itapeva, o prédio do Samu ainda está sendo reformado. Só em janeiro de 2012 as ambulâncias devem estar nas ruas.
"Por conta de vários problemas, inclusive de repasse do recurso para poder fazer licitação e construção do Samu, com verbas do Ministério da Saúde, que aconteceram até por conta do final de um governo e início de outro, o próprio ministério está fazendo novos programas", declarou o secretário de Saúde de Itapeva, Marco André de Oliveira.
Cada prefeitura recebe do Ministério da Saúde R$ 12,5 mil por mês para manutenção das ambulâncias, mas o ministério disse que o repasse só acontece se o serviço estiver funcionando.